Carta de despedida...
- Claudia Biarritz
- 6 de ago. de 2017
- 2 min de leitura

Eu comecei a criar em minha mente o modo como eu achava que você estaria reagindo a mim.
Às vezes você se afastava e eu me perguntava se teria agido mal ou de alguma forma, te assustado, pois sei que as nossa medidas e referências são diferentes.
Me perguntava qual seria a melhor forma de estar perto, sem ser demais, para você não querer fugir. E nem de menos, para me esquecer. Imagino muitas coisas, mas qual delas corresponderá a realidade? Como saber?
Pondo as inseguranças de parte, prefiro acreditar que é tudo reciproco, em formas diferentes de expressar. Eu posso ter achado durante todo esse tempo que…não conseguia te alcançar como desejava. Era como correr ao seu lado, mas ver você se afastando e eu ficando pra trás.
Eu me senti assim. Sabe aquele momento em que você pensa que não pode mais, que não tem mais forças pra continuar e para? Seu corpo para mas sua cabeça está em ação. Eu tentei parar, mas a vontade era maior de continuar e chegar até você sempre foi mais forte.
O que é claro para mim é para ti? Há alguma língua que nós falamos em comum e que só nós duas percebamos? Eu sinto que há um diálogo, mas às vezes tenho receio de estar num monólogo.
Apesar de tantas dúvidas, na verdade, não importa. Essa paz que eu sinto quando estou contigo é o paraíso para mim. Te olhar, te ouvir, te sentir de alguma forma. Às vezes tenho vontade de te tocar…e às vezes estou tão perto que, quase sinto que poderia. Sentir a textura dos teus cabelos, segurar na sua mão, te abraçar, não como um olá ou uma despedida, mas para te sentir completamente.
Eu poderia te dizer tudo isso, mas você não teria como fugir, se quisesse. Talvez não me deixasse terminar, talvez tentasse explicar que estou completamente louca ou talvez simplesmente não soubesse o que dizer. Mas nesse caso tem um carta, que pode ler sozinha, e reler e depois jogar fora. Não importo que faça isso, porque ela ja terá cumprido a sua função.
Já comecei várias cartas e poemas achando que nunca iria entregar, e isso me dá liberdade para ser sincera, porém há cartas que parecem ter vida própria, e quando vejo, já foram entregues. Quando é mais forte do que eu preciso libertar as palavras, para que eu fique mais leve também. Mas essa leveza causada pela expressão das minhas palavras só me fazem sentido se não se tornarem um peso pra você.
Eu só quero que você receba essas palavras como um pouco desse sentimento puro que tenho por ti, para você saber que continua sendo muito especial para mim. Comecei escrevendo apenas para dar voz aos meus pensamentos, mas receio que essa carta realmente chegue até a você.
Com amor,
Claudia
Comments